Avançar para o conteúdo principal

Inércia


Ninguém gosta de nós pelo que nós somos. Gostam de nós pelo que fazemos, pelo que podem esperar de nós, e quando deixamos de corresponder a essas expectativas vamos sendo arrastados para o canto. E isso é ... completamente legítimo. A inércia não deve jamais ser premiada e incentivada. Somos tão responsáveis pelo que somos, como pelo que somos para os outros. Esta responsabilidade social não pode ser delegada para o outro. Todas as atitudes que tomamos, com mais ou menos impacto, afectam sempre e só a nossa imagem para o outro.



E hoje mais uma vez encontro-me mergulhada nesta inércia.
Fui eu que decidir não sair, não falar
Quis sem querer, merecer tudo o que me acontece.
Nãos e mais nãos!
Sei o que não quero,
Mas falham-me as mãos
E audácia para decidir
Levantar-me e ir

Talvez amanhã,
Mas amanhã vai dar mais trabalho
Voltar a ter
O que por não fazer
Foi tão fácil de diluir

Comentários

Por vezes todos somos vencidos pela inércia, no entanto temos de continuar mesmo que dê trabalho. Não só pelas expectativas dos outroa, mas também pelas nossas.
Anónimo disse…
Por cada momento de inércia há um momento de não-inércia.
É o fazer, o acontecer, o ir na loucura, sem planos, ir só! É sentir o sangue fervilhar, a vontade de ser!

Há um equilibrio, e a inércia faz parte dele...

Débil_Mental

Mensagens populares deste blogue

A sala da avó Júlia

N a casa da avó Júlia havia imensos objetos antigos nas prateleiras da estante da sala. A maioria deles eram de tons escuros e alguns mal conseguíamos, pelo contorno esbatido pela penumbra, perceber o que eram. A avó Júlia mantinha sempre as cortinas fechadas, dando à sala sombria uma atmosfera de secretismo. Talvez por isso me sentisse sempre tão atraído pelo seu conteúdo e a sala era para mim como uma caverna do tesouro à espera de ser explorada. imagem obtida com recurso a IA Naquela tarde de domingo a avó Júlia tinha saído com a minha irmã Clara para ir comprar ovos para fazer o bolo de chocolate, e a mamã estava na garagem com o avô Zé: era a oportunidade perfeita para ir explorar a sala dos tesouros. Entrei silenciosamente e varri a sala com o olhar em busca de algo que saltasse à vista, mas não encontrei nada de destaque. Peguei então na moldura da fotografia da avó a andar de cavalo para ver mais perto e foi quando o vi: redondo e amarelo, quase que brilhante, um pequeno porq...

The scents that precedes all - Spring

 Olá, Após um interregno enorme de alguns anos, volto a este espaço para partilhar um pequeno texto. Estive muito tempo sem me dedicar à escrita, mas recentemente voltei a sentir vontade de me expressar desta forma. Com algumas ideias de novos projetos na bagagem, decidi fazer um pequeno curso de escrita  através da plataforma da Domestika - Escrita criativa para iniciantes: dê vida à sua história , um curso de Shaun Levin , Autor e Professor de Escrita Criativa. Gostei muito desta experiência, sinto que aprendi algumas ferramentas e técnicas bastante úteis e interessantes de experimentar Partilho hoje neste forúm o meu projeto final deste curso, espero que gostem. https://www.domestika.org/pt/projects/1696680-the-scents-that-precedes-all-spring  

Caótico Apoptótico

CAOS Como cabe tanta bagunça nesta cabeça? Não sei, tenho as gavetas todas abertas e está um vento descomunal, irregular, multidirecional. E voam papeis como folhas no outono. Algumas gavetas estão viradas, outras vazias já, mas nem assim no seu lugar... Como cabe tanta bagunça nesta cabeça? Será que saltei muito alto e vim a rebolar de lá para baixo e foi isso? Se calhar foi isso que desordenou o que, também nunca, esteve organizado. Que raio... Como cabe tanta bagunça nesta cabeça? Quilos de post-it's de todos os tamanhos e cores possíveis e imaginárias, com listas de compras e moradas e números e contas e contas e contas. Rolos infindáveis de irrealizáveis projetos escorrem por cima dos molhos de gavetas... Como cabe tanta bagunça nesta cabeça? Fotografias e filmes, curtas e longas ... Rostos e mais rostos e sorrisos e risos. Paisagens nítidas envoltas em nuvens de cheiros mesclados pelo vento, que não pára, lamentavelmente já indissociáveis e por isso irreconhec...