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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2007

Sozinha e sem mim

Foi um sonho. Outra vez um sonho… Abro os olhos uma e outra vez, tentando acordar as partes de mim ainda adormecidas. À minha volta o quarto imerso em silêncio… Olho para a janela. Emana uma luz crua e fria. Levanto-me e aproximo-me da janela; lá fora desenrola-se um Inverno cruel. Consigo sentir o barulho que o vento faz ao passar pelas frinchas da janela. Já lá fora olho o céu. Parece que está fechado, oculto na opaca camada branca, mistura de smog com nevoeiro…não sei. Toda esta sufocante opacidade pare ce que pesa em cima dos meus ombros e me obriga a forçar a entrada de ar para os pulmões. Ainda assim, contrastantes com a monotonia que cobre o céu, à minha frente voam agitadas partículas. Folhas, poeiras, papeis passam de um lado para o outro, rodopiando, pairando, quase reproduzindo a atitude cosmopolita matinal das pessoas. E seguem, daqui para diante, embatendo em barreiras estáticas, num murmúrio quase constante e ensurdecedor. Quase parece que gritam, exasperantes e apavorada

Lágrima

Para quê dormir Se depois temos de acordar Para quê sonhar Se depois não o conseguimos realizar Para quê viver Se sabemos que um dia Tudo irá acabar Para quê vestir alegria Quando só queremos chorar... Mas chorar para quê? Acaso lagrimas trazem solução? Não, a resposta é não Nem em cem anos de procura As lagrimas vão Encontrar solução à altura Não vale a pena chorar Descer ao rés do chão... Devemos sim amar a vida Viver tudo com frevor! Mesmo sabendo que é ilusão, E que de ilusão não vai passar E que nem todos os sonhos se podem realizar. Há que continuar... A viver, a sonhar, A dormir e a acordar E a viver cada dia como se último fosse E a ultrapassar sem medo a dor Que a todos atormenta E tal como o amor Deixa feridas no coração E o arrasta para uma morte lenta Ou uma raiva violenta Ou o fustiga até à exaustão... Primavera de 2004