Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2007

Imagem

Hoje quero dar o pontapé no urso… Quero poder fazer este exercício sempre que conseguir lembrar-me que já vi coisas mais bonitas do que vejo agora. Fecho os olhos e olho o pôr-do-sol. Não é bem o pôr-do-sol, é o quase pôr-do-sol. Estou sentada na esplanada à beira-mar, inspiro fundo. Sou abraçada por todo um conjunto de cores, sons e aromas muitas vezes antes experimentados, mas nem sempre apreciados devidamente. Demoro-me a escutar o mar: rugindo em força contra a praia, lavando violentamente o areal. Diluídas nesta fúria sensacional escutam-se ainda as vozes das gaivotas, que vão suavemente descendo até à praia em busca de jantar. Inspiro fundo. Saboreio a maresia… Sinto o vento frio que dança ali ao pé. Por vezes ombreando a fúria das investidas do mar, fustiga fortemente a pele… Sinto a luz do sol no meu rosto, tentando aquecer o que o vento vai arrefecendo. Inspiro fundo. E vejo…O mar agitado e o areal remexido sobre o qual pairam gaivotas. E ao longe, ainda por cima do horizonte,

Conflitos

Hoje tenho cá dentro tantas vozes que não consigo ouvi-las coerentemente… São tantas que se atropelam, falando umas por cima das outras. Uma dela quer contar uma história sobre o mar o sol o por do sol a praia o vento as cores o cor-de-rosa o céu. Outra quer ver fotografias antigas… A outra está revoltada com o que se tem passado e despeja em corrida todo o amontoado de cubos de raiva e ódio que tem guardado num puzzle. A outra ri… ri tão alto, mas tão alto que se estivesse o alarme de fogo disparado, iria parecer apenas um zumbido quando comparado com esta… Todas elas se vão empurrando esbarrando subindo umas por cima das outras, e o que vai saindo é algo imaterializável, como que apenas magnético, com efeitos e trajectórias invisíveis. São sentimentos opostos que convivem dentro do mesmo espaço. Risos lacrimejantes e gritos silenciosos… Por enquanto estão cá dentro e saem à vez e ordenadas, e se um dia o porteiro se despedir? Ah-ah-ah-ah Hoje tenho tanta coisa para dizer, mas não con

Olhar o céu

Olhamos o céu ou as estrelas? A imensidão de escuro enfeitada de luzes é arrebatadoramente bela. Será que existiria escuridão se não houvesse luz? Haveria céu se estrelas não houvesse? Se assim fosse seria impossível fazer distinção entre tudo e coisa nenhuma. As estrelas são divinamente belas, perfeitas, brilhantes, únicas… Se não estivessem pregadas ao pano preto será que continuariam a ter o mesmo impacto? Há estrelas, umas mais brilhantes, outras quase ocultas, e há o céu… Nem tudo pode ser estrela, nem tudo pode brilhar, senão não brilhava: é preciso haver sempre um pano escuro por trás. É preciso haver o lado escuro. Nem todos podemos brilhar, até porque, há muito mais céu que estrelas. Especialmente dedicado a quem sente não fazer parte das estrelas