Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

The scents that precedes all - Spring

Mensagens recentes

Caótico Apoptótico

CAOS Como cabe tanta bagunça nesta cabeça? Não sei, tenho as gavetas todas abertas e está um vento descomunal, irregular, multidirecional. E voam papeis como folhas no outono. Algumas gavetas estão viradas, outras vazias já, mas nem assim no seu lugar... Como cabe tanta bagunça nesta cabeça? Será que saltei muito alto e vim a rebolar de lá para baixo e foi isso? Se calhar foi isso que desordenou o que, também nunca, esteve organizado. Que raio... Como cabe tanta bagunça nesta cabeça? Quilos de post-it's de todos os tamanhos e cores possíveis e imaginárias, com listas de compras e moradas e números e contas e contas e contas. Rolos infindáveis de irrealizáveis projetos escorrem por cima dos molhos de gavetas... Como cabe tanta bagunça nesta cabeça? Fotografias e filmes, curtas e longas ... Rostos e mais rostos e sorrisos e risos. Paisagens nítidas envoltas em nuvens de cheiros mesclados pelo vento, que não pára, lamentavelmente já indissociáveis e por isso irreconhec

Durante

Durante é todo o tempo que vai entre o Antes e o Depois, entre o Início e o Fim. Antes ainda não há,  que no início começa por ser: ... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações! Eça de Queiroz Durante é entretanto, é desenrolar, é viver, é apreciar, é tudo mais. E no fim... O fim não chega de repente, mas quando chega é um pouco isto enfim: E é isto por hoje...>

Lua

https://www.youtube.com/watch?v=3HYirm9wCL4
Estar sozinho é estar comigo... a única companhia da qual não prescindirei (até porque não posso) é a minha. Logo, é melhor tratar das minhas divergências comigo que possam surgir e seguir confortavelmente ao meu lado. Se não, corro o risco de ter de me arrastar... Cuidado!!!

ECO

Quando chegas a casa e ligas a televisão... Ah, deixa-me cá ver o que está a dar, pode ser que esteja alguma coisa interessante, pensas... Mas não é isso que "pensas". Na verdade ligas a televisão pois não suportas o eco do silêncio nas paredes despidas e cruas da tua casa, não aguentas o teu reflexo em cada porta esquálida e nua, não queres saber de ti. Chegas a casa e ligas a música, alto, tão alto que parece que sabes cantar tão bem quanto os restantes instrumentos, batendo em ondas ritmadas contra as paredes o chão, o tecto, as janelas. Não queres saber dos vizinhos, não os ouves tão pouco também. Não te ouves a cantar (melhor, menos ainda ouves as outras vozes). O que dói é quando dói a cabeça, quando não suportas mais som nenhum, quando tu falas muito mais alto que tudo em redor e não queres ouvir-te e falas ainda mais alto... aí dói, e dói a cabeça. Porquê? É "muito" som ao mesmo tempo. É muito. E dói muito pensar em ter de pensar no que tu falas para ti.

Perfetta

Sim, Queria ser perfeita, como uma parede branca acabada de pintar... ou já com alguns anos, mas ainda assim, imaculada, perfeita. Queria ser como todas as (pessoas) que tu vês. Queria ser o que elas (te mostram que) são, perfeitas. Queria ser só sorrisos, ter um sorriso lindo todos os dias para ti, um sorriso perfeito. Queria dizer-te (sempre) sim, que bom, é isso mesmo, óptimo, perfeito. Queria não precisar de dizer a verdade, dizer (só) o que queres ouvir, o que eu sei (e tu também sabes) perfeitamente que queres ouvir; és perfeito. Queria acreditar (sempre) em mim e em ti, confiar-te (se não mos tivessem roubado já) os meus tesouros mais preciosos, (agora já não) perfeitos. Queria só que me ouvisses (de vez em quando) perfeitamente, e percebesses porque não sou perfeita: Vivi algum tempo (a brincar) nos contos de fadas; construí (muitas vezes) os meus castelos na areia e acabei por (precisar de) construir muros, às vezes altos de mais... Tudo para proteger os meus castelos (de sonh