Quando chegas a casa e ligas a televisão... Ah, deixa-me cá ver o que está a dar, pode ser que esteja alguma coisa interessante, pensas... Mas não é isso que "pensas". Na verdade ligas a televisão pois não suportas o eco do silêncio nas paredes despidas e cruas da tua casa, não aguentas o teu reflexo em cada porta esquálida e nua, não queres saber de ti. Chegas a casa e ligas a música, alto, tão alto que parece que sabes cantar tão bem quanto os restantes instrumentos, batendo em ondas ritmadas contra as paredes o chão, o tecto, as janelas. Não queres saber dos vizinhos, não os ouves tão pouco também. Não te ouves a cantar (melhor, menos ainda ouves as outras vozes).
O que dói é quando dói a cabeça, quando não suportas mais som nenhum, quando tu falas muito mais alto que tudo em redor e não queres ouvir-te e falas ainda mais alto... aí dói, e dói a cabeça. Porquê? É "muito" som ao mesmo tempo. É muito. E dói muito pensar em ter de pensar no que tu falas para ti. Porque a mensagem é difícil; não de decifrar, mas de cumprir...
Nascemos sozinhos e morremos sozinhos. O que somos quando chegamos é igual ao que somos quando partimos, só estamos mais gastos, mais magoados, às vezes mais felizes às vezes não, mais vividos, esgotados do nosso propósito.
Mas partilhamos o que temos, pois se não partilharmos não estamos a fazer o que viemos cá fazer. Somos um ingrediente da mistura, temos de nos misturar... E no fim do dia, no fim da semana, no fim do mês, no fim dos tempos, somos só mais um ingrediente e um ingrediente só. Somos substituíveis como todos os outros, somos bons e somos maus como todos os outros, queremos mais como todos os outros, só temos uma oportunidade como todos os outros.
Não somos mais nada: somos como todos os outros, e estamos sozinhos como todos os outros
Enfim... afinal não somos nada de especial, somos apenas mais um
E este é só mais um dia, e como os outros, vai passar...
Bom fim-de-semana (antes do acordo ortográfico)
O que dói é quando dói a cabeça, quando não suportas mais som nenhum, quando tu falas muito mais alto que tudo em redor e não queres ouvir-te e falas ainda mais alto... aí dói, e dói a cabeça. Porquê? É "muito" som ao mesmo tempo. É muito. E dói muito pensar em ter de pensar no que tu falas para ti. Porque a mensagem é difícil; não de decifrar, mas de cumprir...
Nascemos sozinhos e morremos sozinhos. O que somos quando chegamos é igual ao que somos quando partimos, só estamos mais gastos, mais magoados, às vezes mais felizes às vezes não, mais vividos, esgotados do nosso propósito.
Mas partilhamos o que temos, pois se não partilharmos não estamos a fazer o que viemos cá fazer. Somos um ingrediente da mistura, temos de nos misturar... E no fim do dia, no fim da semana, no fim do mês, no fim dos tempos, somos só mais um ingrediente e um ingrediente só. Somos substituíveis como todos os outros, somos bons e somos maus como todos os outros, queremos mais como todos os outros, só temos uma oportunidade como todos os outros.
Não somos mais nada: somos como todos os outros, e estamos sozinhos como todos os outros
Enfim... afinal não somos nada de especial, somos apenas mais um
E este é só mais um dia, e como os outros, vai passar...
Bom fim-de-semana (antes do acordo ortográfico)
Comentários