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A mostrar mensagens de novembro, 2008

Bicicleta para evasão

Desce agora o sol, molengão; vai declinando muito lentamente de maneira que mal se note a circunferência que descreve no céu. Desço as escadas em passo de corrida, os meus pés mal tocam nos degraus. O som dos passos é abafado pela carpete que delineia a escada: não são passos são apenas batidas de um coração apressado pela corrida para o encontro. Finalmente chego à cave e sou brindada com o seu fechado ar quente habitual, suas paredes despidas e sua luz crepuscular. Esta recepção acelera a minha busca apressada... Ao canto, arrumadas a monte, estão amostras e restos mortais do que foram um dia bicicletas. Sem tempo para me distrair com pena do que foram um dia estes e outros objectos guardados no arquivo de memórias da casa, resgato o único velocípede capaz de cumprir a tarefa. Abro o portão com um estrondo e todo o espaço é brutalmente invadido por sólida luz e ar ríspido. Saio. Fecho de um puxão o portão, impedindo que continue a invasão por mais folhas secas. Monto a bicicleta e si