18 novembro 2014
08 março 2013
ECO
O que dói é quando dói a cabeça, quando não suportas mais som nenhum, quando tu falas muito mais alto que tudo em redor e não queres ouvir-te e falas ainda mais alto... aí dói, e dói a cabeça. Porquê? É "muito" som ao mesmo tempo. É muito. E dói muito pensar em ter de pensar no que tu falas para ti. Porque a mensagem é difícil; não de decifrar, mas de cumprir...
Nascemos sozinhos e morremos sozinhos. O que somos quando chegamos é igual ao que somos quando partimos, só estamos mais gastos, mais magoados, às vezes mais felizes às vezes não, mais vividos, esgotados do nosso propósito.
Mas partilhamos o que temos, pois se não partilharmos não estamos a fazer o que viemos cá fazer. Somos um ingrediente da mistura, temos de nos misturar... E no fim do dia, no fim da semana, no fim do mês, no fim dos tempos, somos só mais um ingrediente e um ingrediente só. Somos substituíveis como todos os outros, somos bons e somos maus como todos os outros, queremos mais como todos os outros, só temos uma oportunidade como todos os outros.
Não somos mais nada: somos como todos os outros, e estamos sozinhos como todos os outros
Enfim... afinal não somos nada de especial, somos apenas mais um
E este é só mais um dia, e como os outros, vai passar...
Bom fim-de-semana (antes do acordo ortográfico)
22 dezembro 2010
"isso está tudo previsto"
Porque jogamos só aos dados? Porque não inventamos?
Quem nos proibiu e vedou o acesso ao livre arbítrio?
Somos intervenientes: porque somos peões ou porque realmente jogamos?
Seremos livres realmente; ou será a liberdade mais uma bolinha atrelada por correntes à nossa mente?
Vamos andar sempre assim, envoltos na névoa da liberdade (que nada mais é além de nevoeiro) e sem ver as correntes que nos prendem à lógica da estabilidade…
E eu tenho pena
30 abril 2010
Dois segundos
Abandonei o mundo por dois segundos, foram só dois segundos, e esses segundos foram exactamente suficientes para te fazer mudar de ideia. A culpa não foi minha, eu nem estive cá quando tudo aconteceu, nesses dois segundos...
E foi tão fácil, foi só fechar os olhos e deixar de existir, de pensar, quase até de respirar. E conforme as pálpebras se cerram abrindo portas à invasão da escuridão e do silêncio seco, apaga-se a luz e a razão e a memória e a culpa e tudo o mais.
Dois segundos
Fui só eu que estive fora, por isso ao que se passou aqui, subtraio a minha culpa. Isento-me dessa preocupação! E hoje não vou pedir desculpa, não... não quando a única coisa que fiz foi fechar os olhos por dois segundos.
(ainda se tivesse sido só por um segundo...)
08 março 2010
coisas que não sei
Tenho pena, mas ultimamente a inspiração não abunda: nem para escrever nem para nada.
O que me tem preocupado, ou talvez afligido, bastante ultimamente são as coisas que não sei:
Não sei o nome de todas as pessoas que conheço
Não sei conduzir sem falar
Não sei jogar snooker, nem jogos de cartas, nem matraquilhos nem dardos, nem futebol, nem basquetebol, nem ténis, nem nada disso
Não sei bem o que é um neutrino e não sei imaginar a quarta dimensão
Não sei descascar um kiwi de faca e garfo
Não sei andar a cavalo nem de mota, nem de skate, nem de esqui
Não sei pintar, nem tocar piano, nem violino
Mas o pior disto tudo, não sei se tenho vontade de me interessar em aprender isto.
Tenho os braços caídos e não me julgo com força de os levantar... E não sei quando tudo isto começou :(