No tempo em que as máquinas se sobrepõem à razão, em que o sentido do nosso rumo é determinado somente por formas matemáticas, em que um dia não é mais um dia de vida mas a soma dos minutos que compõem as 24 horas, em que o que somos hoje é um resultado de variantes calculadas à milésima, em que a nossa estrada tem sempre delimitações para não sairmos para a berma, em que todas as perguntas já têm respostas lógicas e plausíveis previstas, em que tudo o que imaginamos existe já, ou não existirá nunca, porque assim está determinado, em que nada podemos fazer porque já está tudo previsto, o bom e o mau, eu pergunto: o que é que andamos cá a fazer então? Para quê os nosso olhos se não mais que confirmar o que existe podemos; para quê os nossos ouvidos se sabemos ser possível ou impossível tudo o que ouvimos; para quê as nossas pernas se haverá sempre a força necessária para fazer o caminho que já está traçado?
Porque jogamos só aos dados? Porque não inventamos?
Quem nos proibiu e vedou o acesso ao livre arbítrio?
Somos intervenientes: porque somos peões ou porque realmente jogamos?
Seremos livres realmente; ou será a liberdade mais uma bolinha atrelada por correntes à nossa mente?
Vamos andar sempre assim, envoltos na névoa da liberdade (que nada mais é além de nevoeiro) e sem ver as correntes que nos prendem à lógica da estabilidade…
E eu tenho pena
Porque jogamos só aos dados? Porque não inventamos?
Quem nos proibiu e vedou o acesso ao livre arbítrio?
Somos intervenientes: porque somos peões ou porque realmente jogamos?
Seremos livres realmente; ou será a liberdade mais uma bolinha atrelada por correntes à nossa mente?
Vamos andar sempre assim, envoltos na névoa da liberdade (que nada mais é além de nevoeiro) e sem ver as correntes que nos prendem à lógica da estabilidade…
E eu tenho pena
Comentários
Parece que temos de andar simplesmente ao sabor da corrente